23/06/2025 08:19
Vivemos uma era de automação em que a tecnologia deixou de ser tabu na contabilidade. Ferramentas modernas agilizam lançamentos, cruzam dados com inteligência artificial e ajudam na análise gerencial. O uso de plataformas sérias, com suporte técnico e profissionais qualificados, é positivo. O problema está nas “contabilidades faça você mesmo”, que vendem a falsa ideia de que qualquer pessoa pode cuidar da parte fiscal e trabalhista da empresa com poucos cliques.
Isso transfere ao empresário toda a responsabilidade por cálculos e declarações, sem análise técnica, sem checar o CNAE ou orientar sobre o regime tributário. Quando o erro acontece, quem paga é o cliente.
A promessa de economia dura até o primeiro erro. Uma guia emitida com código errado, uma obrigação esquecida ou um envio fora do prazo pode gerar multas e problemas com o fisco, como exclusão do Simples Nacional ou até a perda do CNPJ. Nessas horas, o suporte da plataforma some e quem resolve é o contador. Contabilidade é ciência, não autoatendimento.
Ela protege o patrimônio, garante conformidade e orienta decisões. Reduzir isso a um botão é tão arriscado quanto substituir um médico por um aplicativo.
Nem tudo que é digital é moderno. A verdadeira modernidade une tecnologia ao olhar crítico e à responsabilidade técnica do contador.
Automação sem orientação é um convite ao erro. E nem tudo que é online é contabilidade: sem análise e profissional habilitado, é apenas geração de documentos com nome bonito. O que garante a saúde da empresa é o contador atento, que antecipa riscos e orienta o crescimento. Isso faz da contabilidade uma profissão essencial.
Fonte: Jornal Contábil
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